sábado, 25 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO HOSPITALAR: VIABILIZANDO HUMANIZAÇÃO

EDUCAÇÃO HOSPITALAR: VIABILIZANDO HUMANIZAÇÃO

Ligeany Ferreira de Alencar Moraes[1]

            O principal objetivo desse artigo é abordar a importância da educação no que diz respeito à formação integral do aluno enfermo numa proposta de amenizar a possível desmotivação ou estresse ocasionado pela internação. Além do benefício terapêutico, é evidente a relevância da continuidade da escolarização no ambiente hospitalar, sem maiores prejuízos à formação escolar proposta, respeitando o indivíduo como cidadão em seu direito a educação.
            A importância da Educação Hospitalar já é reconhecida legalmente por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado na resolução nº 41 de outubro de 1995, que em seu item 9 fala sobre o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.
            A Educação Hospitalar proporciona à criança e ao adolescente uma recuperação mais aliviada, através das atividades lúdicas, pedagógicas e recreativas. Prevenindo, desta forma, o fracasso na escola, que nesses casos, é gerado pelo afastamento da rotina escolar. Pretende integrar o doente no seu novo modo de vida tão rápido quanto possível dentro de um ambiente acolhedor e humanizado. Esta educação é capaz de promover um elo da criança ou do adolescente internado com o mundo que ficou fora do hospital.
            Paulo Freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia diz: “Me movo como educador porque, primeiro, me movo como gente” (2006, p.94). Ser educador é também ser humano, ou seja, é compadecer do outro. Por isso, a educação em ambiente hospitalar também se preocupa em oferecer assessoria e atendimento emocional para os pacientes (criança ou adolescente) e ainda para os pais que muitas vezes, se encontram deprimidos pelo estado de enfermidade de seus filhos internados.
            A educação para Carlos Rodrigues Brandão (1981, p.102), mais do que poder, atribui compromissos entre as pessoas.  A Educação Hospitalar, portanto, procura se comprometer com os processos de construção social e educacional, estabelecendo uma integração entre escola e hospital, visando uma sociedade sustentável, humana e transformadora.
            Enfim, é necessário formalizar tal parceria entre escola e hospital, buscando contribuir para concretização de uma escola de qualidade, igualitária, justa, acolhedora para todos, uma escola, assim, adaptada à humanidade real.
             


[1] Estudante do Curso de Pedagogia – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB
lge_alencar@hotmail.com